AS ROLINHAS SÓ TINHAM A NÔ

AS ROLINHAS SÓ TINHAM A NÔ

Quando estava na infância,

mas andava pela rua,

Encontrava lá na praça,

Um cantinho pra lanchar.

Petit Lanches era o nome,

Que também nos dava fome,

E agitava toda a praça,

Para todos agradar.

E nela havia, acarajé e a pipoca,

E os bares cheios e a tapioca,

Com a Maura e a mãe de bel,

Era piroca e praça, com os doces de mel.

Mel das balas e caramelo,

De sorvetes de marshmallow,

Fazia da praça uma festa,

De carnaval e até seresta.

Que deixaram as saudades,

De outras décadas sem vaidades,

Pois o mundo sempre alcança,

E vai correndo cheio de esperança.

E nós crescemos e lá foi nossa infância,

Trabalhando e controlando toda ânsia,

De quem não sabe, mas adulto vai ficar,

Para ver como vizinho, do 'Petit' a variar.

Era hoje mais um velhinho,

Que tratava com carinho,

Campeando com seus vôos,

As rolinhas em frente ao bar.

Bar que marcou nosso andar,

Com as rolinhas a revoar,

Pois o Nô jogava o milho,

Quebrado no passeio para alimentar.

E se os pássaros são tão livres,

Voando para onde querem, como o amor,

Foi-se Nô, ficaram as rolinhas tristes,

Pois verdade que ainda persiste,

É que as rolinhas só tinham a Nô,

A lhes apreciar com o seu clamor!

Publicado no Facebook em 17/05/2018