Meu Mundo Chora
Meu mundo chora a ausência daquele amor que semeou lirismo e rosas brancas, por todo o chão folhado que outrora nos abrigou. Ando sozinha agora por esse mundo, ouvindo ainda, o som da quela voz adentrando às minhas entranhas, consolando-me, ninando-me, como a uma criancinha. E eu, em céus de Glória, em fonte de doce ternura deleitando-me naqueles braços que jamais me abraçaram mas que me prenderam para sempre em seu elo de amor. Quisera ainda houvesse amanhã... Pois sem aquele amor, meus dias perderam o sentido. Recordo às manhãs brotando em flores e cantos de pássaros enquanto eu lia o seu cumprimento de: Bom dia, amorzinho: Eram doces e ternas, aquelas manhãs regadas pelo seu carinho... Era um alvorecer de áureos encantos, impulsionando-me para a vida. Era mágico eu amava sentir-me frágil e carente em seus braços, eram eles o meu porto seguro, minha fortaleza, onde eu me refugiava nas horas cruciais da minha vida. Quão profunda é a saudade que sinto agora. Chora todo o meu ser, até a tarde parece chorar, num soluço triste sobre as árvores que se vergam em acordes nostálgicos, ao sopro sombrio do vento. Não há mais viço nas flores do meu jardim, não há mais fulgor no horizonte e a tarde desce como um pêndulo triste a tocar feito um sino lúgubre, entoando réquiens como um planger de almas, pelo fim do nosso amor. Orvalhos da manhã se mesclam às lágrimas que derramo pela madrugada fria e nessa mistura, molham-se as folhas tristes do meu chão, outrora tão fecundo e repleto de lindas flores. Agora, em meu triste divagar por nosso mundo, silencio-me e saudosa, tento eternizar em mim, o que de melhor acontecera em nossas vidas.
Kainha Brito
Autorais
Preservados