Tu, novamente
Beije-me com as palavras
Que tu usas,
Ao romperes a loucura
De umas mentes tão escuras!
Bata-me com luvas de pelica
Que ou derruba ou só pinica
Acalma que com ti se intriga
Como o açúcar à formiga.
Aqueça-me, em tua forte labareda
Cuja luz acerte em cheio
Meu desejo de provar..
Dois manjares tão unânimes
Tão suaves ao paladar
Obrigando a vontade a dividir-se,
Na hora de lhes comparar.
Toma-me, feito um rio em sua cheia,
Inundando a fortaleza
De um minúsculo lugar.
Rouba-me, com tua voz estonteante,
Cujo grave altissonane
Faz o ouvido descansar!
Arranca de meus lábios o riso,
Fazendo a censura baixar seu brio
Por horas e horas a fio.
Contigo já não sou o mesma,
Conservada inteira
Nada podendo te recusar.