Mundo Esquecido
Há muito a se dizer nas escuridões ou claridades
Nesse mundo esquecido em meio a outros tantos
Ouço com veemência a gritaria em calmas tardes
Tímidos sorrisos emaranhados a longos prantos.
Uns rostos sucumbidos e outros bem à margem
Vejo caminhos satisfatórios nesse dia tão normal
Pela janelinha azulada há uma estreita passagem
Lindas pétalas cor de rosa dispersas pelo quintal.
Há voos noturnos a poucos metros dessa encosta
Atrás das belas montanhas os enigmas instigantes
O quartinho lá nos fundos e a terrível face à mostra
Uma convenção de devaneios e medos constantes.
Tantos subterfúgios certeiros acima dessa ribanceira
O lamaçal em tom vermelho como um pano de fundo
A tristeza surgia às vezes, mas de forma corriqueira
A sensação de liberdade de que sempre me inundo.
Entre as plantas o tempo corre sem muito alvoroço
Sobre as telhas escurecidas a sincronia das aves
Do barquinho no horizonte o que vejo é só o esboço
Trilho por caminhos vastos bem longe dos entraves.
Os passos tão confiáveis nas ferragens amareladas
Em sintonia com o ambiente seus inocentes olhares
Os meninos inseguros vão descalços pelas estradas
As embalagens tão diversas em coleções peculiares.
Sob os galhos os metais voam ao toque dos dedos
Uma memorável corrida sobre a pista de areia ocorre
A amizade transparente aniquila quaisquer segredos
Sentimentos esquecidos à consciência nunca morre.
ALEXSANDRO MENEGUELI FERREIRA 04/09/2018 às 20h05min