Aflição
Há algo inquietante
Com fome
No silêncio deste agora
Me consome
Se consuma, me devora
Revolve toda minha’lma
No desfolhar do dia
Por vezes me angustia
Mas também me acalma
Que me provoca rebuliço
Ruído intenso, um estrugido
Brada forte, soa como rugido
Produzindo um doce bulício
Existe, por óbvio, por certo
Alguma coisa que se emaranha
Que quando chega mais perto
Me sorve lentamente, me assanha
Me tira do sono
Me tira do trono
Me depõe
E me põe
Como um cigano
Errante deste plano
Completamente erradio
Com medo, com receio
De peito da dolorosa ausência: cheio
De coração sem sua presença: vazio
Existe algo cruel, escaldante como o inferno
Que congela mais que o mais rigoroso inverno
Que surge não importa a estação
Primavera, outono ou até no verão
Quando vem, com sua mala pesada
Se instala, se hospeda, vem armada
Trazendo seu sofrer a todo instante
Da lembrança dolorida, lacrimante
Que não tem cidade, idade, serenidade
Que se anuncia pelo nome de saudade.
© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves
27 de julho de 2018
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