Aprendizado
Aprendizado
Quando me deres a tua mão
Não entrelaces os dedos
Ainda é cedo para imiscuírem-se falanges.
Livres devem ficar
Para os erros do passado
Poderem apontar.
Quando me entregares teus olhos
Não devasses as retinas
Não é hora para compartilhar cristalinos
Soltas devem permanecer
Para as trevas do passado
Poderem perceber.
Quando me ofertares tua boca
Não exponha a língua
Não é momento de cambiar fluídos
Liberta deve prosseguir
Para os azedumes do passado
Poderem distinguir.
Tudo vigilante deve estar
Captando as reais imagens
Que os porta-retratos
Não souberam desvelar
 
Há de se ter cautela, calma
É mister desta hora
Que sentimentos de agora
Sejam vestidos com nova alma.
Urge não mais repetir equívocos do passado
Por isso te peço, amor
Um ritmo moderado, uma cadência
As cicatrizes ainda sobrevivem
E as dores subsistem
Na inconsciência.
Nos escombros do passado
Entre tantos desenganos
Mágoas, desilusões, penitências
Por sobre frustrados planos
Só resta sorver de toda a experiência
Goles e doses do necessário aprendizado.
© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves
08 de maio de 2018