Doce Melancolia

Campos dourados,

Que saudade daqueles trigais,

Onde jovens enamorados

Brincavam e se escondiam.

Via-se ao longe, nas casas antigas

Mulheres estendendo roupas nos varais.

Que tempos eram aqueles!

Que doces lembranças

Do vento penteando

Aquele mar de espiguinhas douradas

Ondulando o trigal

Como um balé sincrônico

Por notas orquestradas

Magicamente regidas

Por um poder sem igual.

Era uma vida árdua e simples

Regulado pelas estações

Nas festas os jovens enamorados

Esqueciam-se das missas e dos longos sermões.

Os mais velhos, como as crianças respeitavam!

A benção pai! Benção mãe! Benção vô! Benção tia!

As famílias, na mesa se reuniam

Compartilhando as aventuras do dia.