Minha infância no sertão

Quando eu tinha dez anos

Eu, como uma inocente menina

Fui com uma prima, dona de salina

A um lugar bem afastado da cidade

Passar com ela um final de semana

Correr pela rica e exuberante savana

Viver e sentir a verdadeira felicidade

Encantei-me e não esqueço jamais

Uma casa simples, área por todos os lados

Vários pés de coqueiros plantados

Em meio à enorme vegetação

Em frente, pequenos morros de sal

Mais parecia obra do artesanal

Sentindo o belo luar do sertão

Por horas fiquei olhando aquela beleza

Que não se via em outro lugar

Com o som das temidas ondas do mar

Paisagem linda que jamais esqueci

A luz brilhante refletindo no sal

De longe se via a obra divina e magistral

Primorosos mananciais encontrados ali

Convivi em sítios, vi animais nascerem

Subi em pés de cajueiros e mangueiras

Pulei feliz por entre arbustos e palmeiras

Algo que não me poderia faltar

Os pássaros cantavam alegremente

Alguns com canto estridente

Tudo de belo havia naquele lugar

Goiamuns, caranguejos vermelhos e azuis

Passeavam sobre os sais empilhados

Os que observavam ficavam admirados

Com aquela maravilha marcada no chão

Saudades daquelas horas magníficas

Minha infância se fez das mais ricas

Saudades do luar do sertão.

genesis
Enviado por genesis em 16/07/2017
Reeditado em 17/07/2017
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