Velhas Janelas

Dos respingos de chuva nas velhas janelas. Da luz amena das tristes velas... Restou-me apenas lembranças que se findam com os anos.

Dos olhares seguros nas tardes de inverno. Do carinho útil num gesto sereno... Lágrimas eternas em noites de infinitos transtornos.

Dos inúmeros conselhos em relação à vida. Da tristeza maldita a sua partida... Muitas reflexões em momentos diversos. Dos detalhes insignificantes a sua Era. Dos favores simples que a gente espera... Desejos indiferentes num oceano imersos.

Dos passeios risonhos nas ruas antigas. Do desgaste inútil em ingênuas brigas... Sentimentos confusos que se conflitam a todo instante. Dos barcos de pesca à beira do cais. Do som cativante que o vento nos traz... Perdido nesse mundo de dor como um louco viajante.

Da lisura nas palavras corretas. Do aconchego dos lares nas portas abertas... Insegurança mesclada com uma enorme aflição. Do tempo querido que definhava o sofrer. Da alegria real que invadia o meu ser... Muitas cinzas dispersas em meu coração.