SAUDADE DA MINHA TERRA

Ah! Que saudade da minha terra querida

Onde a vida é vivida por igual

Lá rico, pobre, preto, branco ou mulato

Comem em um prato e não enxergam nenhum mal

Lá todo o homem tem visão de igualdade

Quer na cidade quer no campo é sempre assim

Lá tanto faz morar em um rico palácio

Como num pátio ou numa casa de capim

Ah! Que saudade da aurora da minha vida

Vida sofrida mas divertida demais

Dos meus namoros com as filhas dos vizinhos

E dos ranchinhos que construi com meu pai

Das brincadeiras simples despretensiosas

Como as rosas que enfeitam um jardim

Sinto saudade dos meus banhos de riachos

E dos abraços que as meninas davam em mim

Ah! Que saudade da minha humilde morada

Feita de táipa rodeada de jasmim

Dentro da sala o meu rádio canarinho

E em meu quartinho colchonete de capim

Lá na cozinha o fogareiro sempre aceso

Dois candeeiros para a noite clarear

Meu pai em prosa e mamãe cantando rima

E as meninas no terraço à paquerar

Ah! Que saudade do meu pé de cajueiro

Do umbuzeiro onde canta o Sabiá

É que o seu canto encanta o canto de quem canta

Os daqui cantam mas não são como os de lá

O Sabiá que anuncia a alvorada

Na liberdade de ter asas pra voar

Cortando a brisa com o seu canto que encanta

Te quem não canta tem vontade de cantar

Aqui a vida é bastante diferente

Aqui a gente não desfruta liberdade

Sinto vontade de voltar pra minha terra

Lá não há guerras lá só existe amizade

Meu coração vive a palpitar no peito

Fico sem jeito mas falo sem vaidade

Não sei viver em outra terra e desse modo

Ou volto logo ou eu morro de saudade!!!

João antonio
Enviado por João antonio em 10/06/2016
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