HORA DE ADEUS
Quando é hora de adeus,
Paira no ar gélida tristeza
E vamos, pouco a pouco, nos afastando
De tudo aquilo que ontem era quimera
E, hoje, somente prantos se aglomeram.
Já não colhemos brisas
No frescor das manhãs!
As tardes serenas e arrebóis flamejantes
Dão lugar a visões taciturnas
À espera da noite que não mais fascina.
Os olhares lacrimejam
Na visão de horizontes infindos
Onde tudo se faz abissal tormento
E as estrelas não mais reluzem
Em faiscantes mimos!
E ao fim de nossa gélida materialidade
As amarguras rastejam
Entre lágrimas ensandecidas
E embarcamos, enfim,
No trem sem volta da vida.