HORA DE ADEUS

Quando é hora de adeus,

Paira no ar gélida tristeza

E vamos, pouco a pouco, nos afastando

De tudo aquilo que ontem era quimera

E, hoje, somente prantos se aglomeram.

Já não colhemos brisas

No frescor das manhãs!

As tardes serenas e arrebóis flamejantes

Dão lugar a visões taciturnas

À espera da noite que não mais fascina.

Os olhares lacrimejam

Na visão de horizontes infindos

Onde tudo se faz abissal tormento

E as estrelas não mais reluzem

Em faiscantes mimos!

E ao fim de nossa gélida materialidade

As amarguras rastejam

Entre lágrimas ensandecidas

E embarcamos, enfim,

No trem sem volta da vida.

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 07/05/2016
Código do texto: T5628157
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