Minha estranha metamorfose
Quero ser mar, em soluços,
arrancar teu choro e solidão,
Queimar teu corpo de sol,
dedilhar tuas costas nuas.
Ser teu arrepio de desejo
macular tua boca de beijos,
ser a semente que penetra
a terra molhada.
Quero ser teus passos irritados,
tuas curvas tortuosas,
teu olhar que me busca
e me queima e me usa.
Serpente mortal de suspeitas,
me negas teu mel divinal.
Por onde te busco,
no fosco véu da noite atrevida?
Seria capaz de te dar a vida,
mas nem isso mais possuo.
Acabe meu sofrer, vem me ver
invade meu corpo, explora meu ser!