Embora (Se tu te vais...)

Quando as campinas vão-se nas neblinas

Gélidas, tristes, pálidas, turvas,

Vem a solidão nesta estação

Onde finda o trem sem iluminação,

Somente em seu âmago esta escuridão...

Porque tu te vais num silêncio a gritar

A minha saudade, nesta imensidão

Porque na penumbra da vida a chorar

Todo o meu pranto caído em vão

É a tua face no meu coração...

Não sei se te vais pra sempre ou te ficas

Tornando a vida queimando em clarão

Ou tão apagada, pois foste a razão,

A minha aurora, minha tentação

Nesta campina da vida que deixas

De verde em cinza se és meu penar

Porque eu te gosto mais que emoção

Da chuva as gotas que caem ao chão:

Se na enxurrada vai meu coração,

Se absorta esta vida a drenar...