Na luz da lua...
Na luz da lua...
Celso Gabriel de Toledo e Silva – CeGaToSí®
Poeta de Luz® - Arquiteto de Almas®
Poeta dos Sentimentos®
Concebida em: Piracicaba, 26/novembro/2014
Ah, se por um instante você soubesse quantas e quantas vezes eu fiquei a sua espera,
Abraçado junto à solidão, a angústia, preso a desejos e um imenso vazio n’alma,
Por vezes a minha mais fiel companhia foi o silêncio, a sutil escuridão da noite,
Vigiava-me em total discrição a árvore próxima ao banco que me recebia solitário,
Em sinal de compaixão a lua distante ofertava-me a sua pálida luz, um conforto;
Ah, se por um instante você soubesse quantas e quantas vezes eu fiquei a sua espera,
Trazia sempre comigo um surrado livro de poesias para que o tempo não fosse tão cruel,
Encantava-me vez ou outra, muito mais me sucumbia em meus tolos enganos, insistência,
Ouviam-me declamar as estrelas que noite após noite mais e mais se faziam brilhar,
Até as criaturas da noite se aproximavam para observar minhas lágrimas ali libertas;
Na luz da lua eu me perdia, eu me encontrava, não havia mais medo, eu lhe esperava e sofria,
Relutava em aceitar o abandono, a perda, o inútil aguardar, a certeza do que já sabia,
Enlouquecia-me das saudades e do passado que a mente plena em emoção me feria,
Fugia quando possível da razão, do meu próprio viver, ‘alimentava’ como lenitivo a dor;
Na luz da lua eu me perdia, eu me encontrava, não havia mais medo, eu lhe esperava e sofria,
Vivia e vivo apenas deste suave, mas letal veneno ao qual eu não mais sei sobreviver sem,
Fiz-me parte da paisagem, abduziu-me a natureza, se não lá estiver certamente sei que morro,
Se não lá estiver sei que perecerá como eu esta mesma vida que tanto me acolheu no desamor.