UMA RÉSTIA DE LUZ
Uma réstia de luz que entrava
Pelo buraco da telha quebrada
Batia na parede e projetava
Figuras um tanto engraçadas.
Que tinham vários formatos
Dependendo do momento
E, diante daqueles fatos,
Viajava o pensamento.
Por que, somente de dia,
Com o Sol pleno a brilhar?
Aquelas figuras eu via,
E me despertava o sonhar?
E à noite, para onde iam,
Aquelas figuras engraçadas?
Por que, só em noite de Lua cheia,
Apareciam meio acanhadas?
Na inocência de criança
Não conseguia entender,
Que a projeção da luminança
Fazia tudo acontecer.
E hoje, muito tempo após,
Tudo me volta à lembrança,
Bate-me uma saudade atroz,
Do meu tempo de criança!
Ilha Solteira/SP
22/10/2014 – 10:43h