Querência
Olhando para cima encontrei a lua
E a seu lado o brilho, uma estrela
Não estavam juntos, e nem separados
Mas dividiam a sua tristeza.
Então, de repente, cobriu uma nuvem
Todo seu brilho e esvaiu-se na noite
E todo esse frio, no colo, tão quente
Por fim calafrio, tão só, sem coragem
De enfim, declamar por tão tola carência
Eterna inocência, e só, e em pranto
Chorar este riso em mim, sem encanto
Mas só sofrimento, sozinhos, num canto
Viver separados, em vã decadência
Tão longe, tão perto, em louca querência...