Saudade Marginal

Maior que uma saudade cotidiana

É a falta daquilo que jamais se provou

Porque vem com um gosto meio amargo

De oportunidade perdida

E de esperança cega e fugaz e triste…

Por não se saber o fim da história.

Tudo é como um sonho,

Uma lembrança mal resolvida,

Um lapso de memória.

E qualquer desejo mais nu

Ou segredo mais branco

É como um sopro de vida numa tarde fria de inverno.

Chega mansamente a grande dor, a pioneira

_Saudade marginal_

A mais pura,

A mais louca,

A mais verossímil,

Incrustada na tênue ilusão que nos guia

Por uma estrada tortuosa,

Sem volta,

Sem fim.

E ela vem com uma esperança revestida da mais insana poesia,

O que traduz bem meu momento perfeito

Da mais fria lembrança,

Do mais estranho arremedo de amor

E me põe enternecida a beber madrugadas

E me enfurnar nos dias

Nessa busca irremediável de mim…

E de ti.

Alciania de Almeida
Enviado por Alciania de Almeida em 26/02/2014
Reeditado em 02/06/2015
Código do texto: T4706704
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