Você nunca existiu
Você nunca existiu
Enquanto você me condena, eu sinto saudades suas.
Aqueles bons dias que eram mandados por andorinhas do amor,
Que deitados na cama quente de verão, desejando o suor frio do inverno,
Aquele frio bom que nos fazia ficar mais juntos,
Com os corpos colados lado a lado.
Você me dizia loucuras, contava sonhos e segredos, seus maiores medos,
Era tudo guardado por mim,
E ainda são guardados.
Fico com saudades de tempos passados,
Tenho saudades de loucuras que jamais fiz,
Aparecer no meio da noite, cantando bêbado como boêmio fracassado,
Fazendo juras que nunca pensei em fazer,
Pensando em me suicidar de amores esquecidos,
Que morreram na solidão das lembranças de águas passadas.
Sinto saudades de tempos áureos que não voltam mais,
Sonhando acordado enquanto me embriago,
Durante seu sono você me fala sonâmbula,
Tem vontades de bater, falar, gritar,
Me agredir até conseguir me crucificar.
Acordava chorando, querendo fugir dos braços meus,
Correr com lágrimas nos olhos, me esquecer.
E assim foi feito,
Assim fui condenado,
Deixado as traças nas suas e minhas lembranças,
Memórias de um amor que nunca existiu,
Pois somente em sonho,
Você me abraçava,
E sonhava com sua loucura pré-fabricada.
Quando na realidade nem comigo você estava.