IN MEMORIAM: HRODRIC!
Apolo (Olympia)
Alto e belo, de morena cútis
E torso graciosamente
Pelo cinzel de Praxíteles
Entalhado; seu porte olímpico
Aos sempiternos lembrava
E a seus briosos imitadores
– os atletas de Olympia!
Sua força e seus dotes
Atléticos se viam quando
Em competições retesava
O arco facilmente como Odisseu
Para com destreza flechar,
Assemelhando-se ao Afétoro
– é sabido que certeiro qual Eros,
os esquivos corações de belas
e inúmeras mortais flechou!
Não apenas em seu corpo
Defendia os ideais helênicos
E lembrava ao admirável Apolo,
Mas também em sua grande alma
E em sua privilegiada mente!
Lembro-me dos germânicos arqueiros,
Pois seu nome vem desses antigos povos,
E penso que apenas uma germânica mulher
Do porte de Leni Riefenstahl conseguiria
Descrever o que uma pessoa pensaria
Ao ver esse jovem – quisera ter a mesma
genialidade artística e vanguardista
que a fez produzir o grandioso Olympia!
Ao pensar em tudo
Que seu nome representa,
Penso em sua força
E popularidade, e lembro-me
Dos grandes guerreiros nórdicos
– só lhe faltava ser loiro ou ruivo –
E dos grandes guerreiros
Das tribos germânicas!
Esqueço um pouco
O Oenghus dos Celtas
E lembro-me do grande
E último Rei dos Godos
– governante poderoso
e famoso pela glória!
Euterpe (A Fama e as Graças)
Os adoráveis encantos
De sua personalidade cativante
E de sua admirável inteligência
A todos chegavam como ondas
Sonoras agradáveis advindas
Das ondas de Tesla – não de Marconi –
Onde sua voz bela sabedoria proferia!
Seu canto doce encantava
Aos que tinham o privilégio
Do seu amor familiar e amigável,
E ao dedilhar a acústica Guitarra
– liricamente inspirado por Euterpe –
Lembrava ao Musageta com sua Lira
E com tamanha inspiração divina
Conseguia enlevar aos presentes!
Nos ambientes festivos
Inundados por Euterpe
Com ondas sonoras de alegria
E euforia, Terpsícore e as Graças
Inspiravam-lhe graça e leveza
Para dançar divinamente
Como a olímpica realeza!
Os fortes ecos do seu nome
Sua popularidade amplificavam,
E de voz em voz reconheciam
Todos seu verbo, sua bondade,
Seu grande coração e carisma
– transformava qualquer lugar
onde estivesse em uma caixa
de ressonância para as virtudes
de sua alma e para a fama!
Favorecia-lhe a Fama,
E ninguém imaginava
Que as Senhoras do Destino
A escrever um fim tão trágico
Para o espetáculo estavam,
Compondo canções e marchas
Fúnebres que ressoariam em meio
Aos lamentos das multidões de ouvintes
– ainda ressoam no familiar e nobre seio!
Tânato (A Cavalgada das Valquírias)
Quem pode ir contra a vontade
Dos deuses? O jovem Hrodric,
Como tantos antes dele, não pôde!
Nem a longa tradição guerreira
Que carregava em seu nome
– legitimada pelas virtudes
do seu coração valente –
Foi capaz de fazê-lo vencer
A guerra, mas foi em nome
Dessa tradição e de sua coragem
Que lutou bravamente até ver
O sol reluzir na cabeleira prateada
De Tânato, e ao ver a prata
De seus olhos atravessarem-lhe
Os vitrais, esquadrinhada sentiu
Sua alma enquanto o toque frio
Dos longos e finos dedos do deus
De coração de ferro a levava!
Antes de partir, sabiamente deixou
Uma última esperança gravada
Com runas de ouro em seu coração:
Ansiava que os poderosos
Deuses nórdicos vencessem
Os deuses gregos em cruenta
Batalha por sua valorosa alma,
E então ele poderia ter o merecido
Prêmio reservado aos bravos
Guerreiros levados em batalha,
Uma última cavalgada,
A cavalgada das Valquírias
Rumo ao majestoso Valhala,
O paraíso daqueles que lutam
Bravamente as duras batalhas
Dessa vida aos justos tão injusta!
Gosto de pensar – com esperança –
Que os deuses nórdicos ouviram
O pranto e as orações das multidões
De mortais que se despediam do herói
Tão venerado, e com justiça decidiram
Sobrepujar aos cruéis deuses helênicos!
Gosto de imaginá-lo recebendo
Os merecidos prêmios não apenas
Por sua última e épica batalha,
Mas por tudo o que foi em vida
E por tudo que teria sido se tempo
Os deuses lhe houvessem dado!
Ainda posso ouvi-lo
Dizer as seguintes palavras
Enquanto via a luz do sol
Nas longas melenas de prata:
“Vejo a luz de Sigel
Nas armaduras das Valquírias
E a aurora que fascina
Durante a longa cavalgada!
Vejo meus irmãos,
Meus companheiros
Meus iguais, que há muito
Por elas foram levados,
E seus semblantes
Conforto me trazem
Nessa aterradora
E derradeira jornada!
Que minha espada,
Meu arco e minha lança
Sejam dignos de lutar
Ao lado deles na grande
Batalha de Ragnarök!
ACEITAI O QUE PROTEJO
EM MEU ÁURICO PEITORAL
Ó GRANDIOSO ODIN!!!”
Julia Lopez
29/05/2013
Nota sobre a foto: imagem da internet sem identificação de autoria. Busco exaustivamente a autoria de cada imagem, mas nem sempre a encontro. Caso alguém conheça sua autoria, por favor, me informe para que eu possa identificar a imagem e dar o merecido crédito ao artista!
Nota sobre o áudio: parte 9 (Eia Mater) e parte 3 (O Quam Tristis) do Stabat Mater Op. 240 de Amaral Vieira. Essa obra do Compositor serviu de grande inspiração para o Poema! Também serviram de inspiração algumas sinfonias alemãs contemporâneas relacionadas às Valquírias e mitologia nórdica, mas como são muito fortes, achei melhor não usá-las como fundo musical!
Visitem meu Site do Escritor: http://www.escrevendobelasartes.com/