Bela Sinhá
Sinhá
O que faço sozinho?
Sem tuas ordens, teus caprichos
Sem os olhos que caminham nos meus rastros
Nas minhas pegadas
Nas minhas palavras
Na minha poesia
Os olhos cheios de ameaça
Aqueles olhos, são os mesmos de longe.
Que atravessam fronteiras
Que moram nos meus pensamentos
São os mesmos verdes e lindos olhos
E agora Sinhá?
O que fazer desta triste vida tão só?
Sem teus momentos de loucura
Sem tuas culpas injustas
Sem as duras palavras que ferem
Onde está?
A carta que me liberta
A carta que vossa senhoria, sem meu consentimento assinou
A carta que me custou uma alma sem rumo
Triste, solitária
E agora sinhá?
O que faço de mim?
Desnutrido de amor
Sem teus afagos
Sem os cuidados
Sem a presença que traz vida
É tudo saudade minha Sinhá
Pois não tenho mais dono
Injusta saudade que te trazes aqui de novo
Junto á mim
À este papel
E à este coração tão vazio.