Poema De Mim Mesma
Eu sou a maçã que levou o primórdio à perdição
Eu sou o escandalo
E a decadência
Eu gosto é do estrago
Eu sou a dama da noite
E a luz da lua
Eu sou os uivos dos lobos selvages
A Ciranda do Sabbath de 1700
Eu sou os escritos de Évora
E o veneno das serpentes peçonhentas
Eu sou o olhar de ódio
E malícia
Eu sou a túnica da senhora das passagens
Eu sou a própria dor
E o sofrimento
Eu sou a loucura dos dementes
E o clamor desesperado
Das mulheres queimadas à milenares
Eu sou os abutres famintos do deserto
E as canções fúnebres dos velados
Eu sou as rosas mortas nos sepulcros
E todos espinhos do roseiral
Eu sou a força
Feitiçaria
Toda escuridão que ja se viu.