MÃE
Mãe!
Tenho uma saudade louca de você.
Lembro-me muito de você.
Quando eu era criança, e mal sabia andar,
Você me fazia de duro,
Botava um pé aqui, outro acolá...,
E quando eu caia e começava a chorar,
Você logo aparecia para me acariciar.
Mãe!
Tenho uma saudade louca de você.
Lembro-me das nossas brincadeiras:
Roda, cabra-cega, chicote queimado...,
Mas, eu gostava mesmo era da brincadeira de esconder.
Você se escondia atrás das portas,
Eu procurava..., procurava...,
E quando não te encontrava,
Bastava fazer beicinho para chorar,
Você logo aparecia para me acariciar.
Mãe!
Tenho uma saudade louca de você.
Um dia você inventou uma nova brincadeira.
Ficou deitada na cama, sossegada, nem falava comigo;
Depois vieram uns homens e levaram você.
Dentro de um caixão. Num carro feio.
Todos me diziam: __ Sua mãe foi se esconder!
Então procurei você.
Procurei..., procurei..., e não te encontrei.
Fiz beicinho para chorar,
Mas você não apareceu para me acariciar.
Mãe!
Fiquei com raiva da brincadeira de esconder!
(Daniel Lopes - Jaboticabal - 20/06/66)