Uma homenagem a todos os pais saudosos de seus filhos

ESCREVENDO O QUE NÃO FALO

 
Oh! Que saudade meu Deus,
Das suaves peraltices,
Daqueles disse e me disse,
Ao replicar o meu irmão.
 
Uma saudade voraz,
Do que se diz e não pensa,
Deixa uma fresta imensa,
Entre o querer e a razão.
 
No fundo da minha alma,
Há uma dor que não passa,
Todos os órgãos perpassam,
No tempo todo que contradiz.
 
Fazia o que e quando queria,
Com prazer e felicidade,
Não cumpliciava da vaidade,
A seu jeito cada um era feliz.
 
Hoje já não são crianças,
A mulher a tiracolo,
Eu recolho a minha colher,
Seja na guerra ou bonança.
 
Só as palavras ficaram,
Carinhos e gestos sumiram,
Os que falaram ou omitiram,
Quem sabe não ter razão.
 
Muito fala e pouco ouve,
pois assim é o coração,
Saudade de pai pra filhos,
Filhos aos pais talvez. ou não.
 
                   Rio, 12/08/2012
                 Feitosa dos Santos