Caixa de lembranças

Abro minha caixa de lembranças e encontro coisas que por vezes me fizeram chorar.

Cartas e bobeiras, papel de bala e tampinha de garrafa,

Uma concha tirada do mar.

Lembranças de que um dia era um adolescente rebelde,

Cheio de querer se revoltar.

Cartas de amor, pedidos de desculpas, brigas tolas, e amizades sem limites,

Pulando o muro da escola para beber e se perder,

Éramos os garotos perdidos,

Andando sem rumo dentro de uma época em que nossa única preocupação era passar de ano.

Um tempo que não volta mais,

Uma Era que ficou parada no ar,

E quando eu me noto, estou a derramar lagrimas sem luar.

Fiquei velho e vocês também,

Nos esquecemos de todos aqueles que um dia quisemos bem.

Até que um acaso singelo, golpe de sorte do acaso começa a unir um a um,

Seja eu, você, tu ou ele,

Que para nossa alegria, choramos juntos ao nos encontrar.

Abro minha caixa de lembranças e vejo que todos estão lá,

Engarrafados em letras e coisas toscas,

Marcados por dedos empoeirados de giz.

Saudades da época em que todos bebiam e se perdiam na rua de traz da escola,

Todos chorando memórias que ninguém se lembra,

Falando das intrigas que haviam entre nós.

Que por vezes me fizeram chorar...