A gente não mais vê
Ah, eu e você coisa que a gente não mais vê
Encontro sem atrito, flauta doce sem sopro
Longos sussurros ofegantes cheios de eco
Cheios de ecos de saudade viva e impaciente
Ah, eu e você coisa que a gente não mais vê
Línguas que aprendemos desde a infância
Hoje soam para nós sem sentido
É triste, mas caíram em desuso
Por tão pouco trocamos o quase todo
Ah, eu e você coisa que a gente não mais vê
Emoções que repartimos com o mundo
Eu a espiar seus passinhos quase mudos
O gosto do sal do mar em mim quis eternizar
As carícias piegas que nos ofertamos
Como um batismo de amor em pleno mar
Ah, eu e você coisa que a gente não mais vê
Aquele cheirinho bom, tardes sem tempo e água de coco
A sombra dos seus cabelos arrepiando meus pelos
Pobres dedos meus que hoje não mais te tocam
Eu era um "mi" grave e você meu doce "sol" mais agudo
Ah, eu e você coisa que a gente não mais vê.