SE UM DIA (...)

Se algum dia lembrares

Que alguém nesta vida

Um dia te amou.

Se um dia lembrares

Que alguém nesta vida

Te quis de verdade.

Se um dia a cruel solidão

Vier de repente.

Recordes que um dia.

Fizeste alguém morrer de saudade.

Se um dia na vida

Sentires falta de alguém,

Para a sua solidão poder preencher,

Não chores, querida.

Recordes que um dia também

Pelo mesmo motivo

Fizeste alguém chorar por você.

Se um dia o arrependimento

Machucar o seu peito.

Apenas recordes

Que um dia distante mataste um sonho.

Um sonho que alguém,

Distante sonhou contigo viver.

Porém,

Se console porque este alguém

Por ainda te amar,

Jamais te esqueceu,

E até olvidou todo mal que sofreu,

E por ordem divina,

Já faz um bom tempo

Que te perdoou.

E aí, logo após os momentos

De sua solidão,

Sentires a leveza que te deixa feliz

E em paz interior.

Apenas acredite que esta paz foi enviada

Por quem que um dia você desprezou.

Este alguém que embora por ti desprezado,

Em espírito jamais de ti se afastou.

O sonho que ele um dia no peito

Carregou bem guardado.

Foi a chama que o fez

Renascer novamente

Das decepções que o fizeram

Morrer por amor!

E mesmo sozinho

A todos que sofrem

Do mesmo motivo

Que ele um dia sofreu,

Vem trazer o conforto

De paz e alegria que ele não teve

Enquanto por estes caminhos

Um dia passou!

“JAMAIS CONFUNDA O POETA COM A SUA OBRA”

(POPE - 1688 - 1744) - Epistola II -