Sinto falta da música que a tua presença toca
Tua falta me apresenta a dura realidade,
A saudade que inquieta minha mente,
Sem teu corpo e tua alma, pensamentos vem e vão
E voltam sempre à sensação do teu toque.
Tua fragilidade firme me sustenta
Na linha tênue na qual me equilibro,
Sinto falta da doce fúria que tanto me violenta,
Sinto falta da música que tua presença toca.
Andei por tantos becos no qual empilhavam lixo,
Dormi tantas vezes praguejando minha condição,
Me atirei em alguns penhascos procurando o alívio
E você me trouxe além do alívio o prazer e a compreensão.
Mas tua falta também me lembra uma bela paisagem,
A fotografia de um rosto no centésimo que antecipa um abraço (orgasmo).
E me lembra também que, mesmo eu querendo
Ser um espantalho da dor,
Ela é uma ave de rapina que enxerga a
Profundidade da minha insignificância
E bica essa coisa molenga chamada existência.
Portanto, eis, desde sempre, minha insegurança perante os quadros,
Já não peço desculpa, pois sei da impossibilidade de compreendê-los;
Mas, por favor, acredite,
(Grito isso com o desespero de alguém injustamente apedrejado),
Tenho sido tão descarnado e entregue à observação da ferida.
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