O teu perfume
Sentindo o teu perfume, olhei ao redor,
Vi uma mensagem que pairava no ar
Tua misteriosa essência tocou-me, sem querer
E eu, sem te ver, clamei à lua tua ausência.
Pensando, por um momento, que estava só,
Voltei minha mente à saudade que, um dia,
Marcou minha face com uma lágrima, a ti,
E vi tua presença em meu ser, e sorri...
E uma lembrança fez-me ver, ao infinito,
O quão eterna, e bonita, é a esperança do porvir,
Enaltecendo o mais triste olhar a existir.
Mas o meu clamor aos céus não te despertou,
E vi, então, que o sol nasce, em tamanha formosura,
E ninguém vê, e o meu amor ninguém viu,
E se o crepúsculo vem e nos deixa a noite, bela,
Fechei meu coração para as belas noites,
Ao sorrir para o mundo, em vão...
Vendo que tu não existias mais em meu ser,
Olhei ao redor, e me ceguei frente ao mar.
Senti-me só, como os naus nos portos,
Apenas na esperança de te encontrar.
Vi-me olhando para ti, como estivesses,
E clamando para ti, como me ouvisses,
Procurei-te, te esperei... não te encontrei.
Fiquei só. E o teu perfume... não mais senti.