CHEIRO DE SAUDADE
O vento fazia rodopiar as folhas coloridas.
Em cambalhotas, elas deslizavam sob seus pés.
O verão estava se despedindo.
Começava a estação das folhas caídas...
A mão na alça da mala anunciava a partida,
Todavia, os pés teimosos permaneciam imóveis,
Os olhos molhados giravam-se lentamente,
Pausando, em cada canto da rua vazia,
E os gestos lentos eram de adeus.
Um pássaro no fio do poste cantava: “Bem-te-vi”!
Testemunha ocular do seu infortúnio.
Um derradeiro olhar contemplava a casa sombria.
As narinas buscavam lá no fundo a coragem de seguir.
O ar tinha um cheio de saudade.