"Moça, ...solta as amarras."
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Não uses, poeta, teu dom
Para espraiar ilusão,
Sugerir infinitos horizontes.
E, logo depois, ver que nada restou.
Só o silêncio,
Que sufoca o pranto que me sacode.
Tuas palavras,
Lágrimas que escorrem,
No vazio de minha vida.

Ah! As palavras sois amantes da poesia!
Tão belas e amigas, cúmplices perigosas!
Queria saber usá-las, com maestria, como o fazes,
Mas tento e não chego a teus pés.

Não te valhas da tua arte para tentar, poeticamente,
Erguer a cortina da vida.
O meu tempo passou!

Palavras pretéritas,
Retalhos, pedaços do querer,
Mas eu não quero. Nunca quis
Nada em retalhos.
Uma sombra apenas,
A teus olhos.
.
Para que iludir-me
Melhor prosseguir só,
Ultrapassar as encruzilhadas,
Dessas palavras vãs,
Transformadas em silêncio,
Que mesmo não querendo
Fizeram brotar uma nova luz,
Acordar as fontes fecundas
De sentimentos adormecidos,
Sedimentado pela tua arte,
Como era belo tudo o que dizias!

Quando, agora, olhares o céu e
O luar te banhar a fronte,
Lembra-te de  não despertar
Os sonhos desfeitos.
Não precisas. Tens o dom da poesia.
Sem dúvida, o Amor a teu lado.

Teu nome será saudade!
Minha culpa apenas.

Luandro
Enviado por Luandro em 22/12/2011
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