NÃO TENHO SAUDADES DE TER SAUDADES

Ah, saudades, só do presente e do que

tenho, porque o que já foi

meu, não é mais saudade, mas

uma realidade, que foi vivida, a seu tempo.

Por isso vivo no agora, festejando a vida e

a natureza, onde os meus olhos

se perdem, entre o céu e a terra e o mar,

no seu fluxo e refluxo, das marés.

Não tenho saudades de ter saudades,

pois a cada dia, que passando

vai, a saudade é somente o que tenho a haver,

por minha vontade indómita, sem qualquer

algoz ou correntes, nos pulsos, que me

façam regredir no tempo – esse impostor;

porque quem vive do passado, passa

a vida a olhar para trás, com pena de si mesmo.

E em águas mansas, corre o rio, de meu viver,

procurando a foz, seu intuito.

E da linha do horizonte (janela aberta),

nasce-me a emoção, de mil sóis despertos.

E no rebrilhado, que deles emana, jardins

se engalanam, das mais lindas

flores, que no presente, eu vou colher,

com a alegria, de já ter havido, qualquer coisa.

Jorge Humberto

29/09/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 29/09/2011
Código do texto: T3247910
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