SUPLÍCIO DE UMA SAUDADE

Abraço a minha solidão,

olhando o mundo

com olhos sem órbita,

prisioneiro das algemas

de virtudes esquecidas;

e vago insano,

na penumbra silenciosa e triste

da saudade que ficou!

Afago os meus nostálgicos suspiros

nas minhas lágrimas caídas!

Sou como escultura ao léu

de um jardim já esquecido

num continente perdido.

Já não sei se vivo em mim

ou se sou laivos, somente,

descartado da fantasia

dos sonhos que sonhei um dia,

- entre flamejantes lírios -,

de fazer-te em doces mimos,

a imperatriz do meu domínio.

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 27/11/2010
Código do texto: T2639661
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