Recordações
Remota manhã de um setembro quase esquecido!
Vens repentina, a trazer-me acesas hortênsias...
Crisálidas rosas de um tempo há muito ido,
na saciedade de teu festim de opulências...
Do tempo, só tens o amor vencido,
na tarde invernal de tua vã consciência...
De resto, só o orgulho ferido,
que já não pleiteia mais qualquer exigência...
Alma a vagar num outono esmaecido,
embotado pela vigília letal das prudências...
Primavera remota de amores! Teu fragor perdido,
buscas agora num jardim de reminiscências...