Errante

Errante

Embaixo dos meus pés

um mundo que ficou para trás

e tanto que quero olhar

e não vejo mais nunca mais

nem minha bola de gude

nem a carreira nos matos

nem banho nu no açude

cadê a vidraça quebrada?

cadê o boizinho de barro?

cadê o olhar na estrada?

e quanto eu queria ver

mocidade ao amanhecer

a bela menina que amei

o belo amor que me dei

antes da vida entardecer

e quem dera enxergar agora

de tudo que restou em mim

uma estrada para seguir errante

antes que a noite venha

antes que chegue o fim.

Rangel Alves da Costa

blograngel-sertão.blogspot.com