A DOR DE UM RENASCER

A DOR DE UM RENASCER

Quando eu quis bater asas,

Do aconchegante ninho,

Só pensava em voar,

Cortar os ventos, sozinho,

Deixar para trás a cama,

Seguindo a trilha da fama,

Sem aconchego ou carinho.

Sob o pé de uma jaqueira,

Planos de vôo eu tracei,

Passei vista no horizonte,

Paragens eu contemplei,

Lágrimas rolam de manso,

Na face formam remanso,

E sem querer solucei.

Eu começava a entender

O sentido da saudade,

A falta de um aconchego,

Quando se cresce em idade,

Traçam-se novos ideais,

Deixam-se irmãos e pais,

Buscando a saciedade.

Nuvens brancas escurecem,

Na mente é só confusão,

Brisa torna-se vendaval,

No peito dispara o coração,

Busca a mente um destino,

Perde-se equilíbrio e tino

Sai do claro a escuridão.

Refiz toda a trajetória,

Dos caminhos percorridos,

Dos êxitos já alcançados,

Conhecimentos absorvidos,

Avivei a reminiscência

Descobri minhas carências,

Propus-me novos sentidos.

Alcei vôo para bem longe,

Sem um ponto para pousar,

Mas o homem quando forte,

Nao tem medo de voar,

Quanto mais alto ele sobe,

Novo patamar descobre,

E neste sonha um dia pisar.

Ainda eu sinto saudade,

Daquele velho rincão,

Dos rios, córregos e vale,

Que formam o leito e o chão,

Das paragens que deixei

Das lagrimas que derramei,

Ao voar do meu sertão.

Rio, 12/09/2010

Feitosa dos Santos