Contos de ninar que papai contava
Pai,
Quando nos reencontraremos?
Tu estas tão vivo em mim,
e tão distante.
Se vos peço que volte
Será injusta esta canção?
Mas era justa quando eu era ainda criança
e ouvia os teus contos de ninar
Lembro-me de um livro que lias sempre,
e eram “Contos Pátrios”.
E me fazias dormir, sempre a ouvir tua voz
Saudades de tua voz, pai.
Hoje sou homem, e és um deus para mim.
Espero ainda a hora de nos abraçarmos
para agradecer-te num abraço.
Deste-me um pequeno quarto em tua casa
e mal sabias, que ali era meu reino.
Onde tu eras meu, e de ninguém mais.
Conta, pai, outra vez, outra história,
outro conto de ninar.
Para que eu possa, só mais uma vez,
adormecer a ouvir tua voz.