ACALANTO PARA AS MÃES (IM)

ACALANTO PARA AS MÃES (IM)

Eu queria a paz dos arbustos sob o relento,

A paz da água no leito de um córrego,

Eu queria a paz de uma noite no campo,

A paz na procura do nada de um pirilampo,

No vôo das aves sem destino certo,

Eu queria de flores meu corpo coberto,

No dia em que eu deitar para o ultimo sono.

Eu queria não ouvir a voz que ecoa,

A imagem que passa, mas não achar graça,

Eu queria voar, mas não tenho asas,

Queria apagar o fogo do coração em brasas,

Sonhar com o passado e acordar em casa,

No aconchego do lar, nos braços da mãe,

Ouvindo-a cantarolar as belas canções,

Dorme menino, acalento-o com um acalanto,

Dorme menino, assim era seu canto.

Como eu queria mãe, a tua face olhar.

Dorme mãezinha o eterno sono que é seu,

Embalada por acalantos, nos braços de Deus.

Como eu queria que esse dia não fosse assim.

Mas eu oro por ti, que pedes daí por mim.

Oh Deus! Por que após a vida, a morte?

- É preciso saber viver e saber ser forte.

Rio, 08/05/2010

Feitosa dos Santos