Alexandre Daniel Sales
Lembro-me de nossas partidas de xadrez, e como você corria a me falar sempre que alguma dor “apertava” mais.
Quem foi que te levou?
O vento?
O tempo?
As ervas más?
Não!
Era preciso um artista no céu.
Um cordeiro que olhasse por nós, “os seus”.
Que a vida estava que era uma correnteza só.
Às vezes olho as estrelas e vejo você.
E teu sorriso me parece uma alma leve.
Imagino-te a fazer esculturas nas nuvens,
E vez ou outra, quando estou mais triste,
Olho para o céu e fico a desvendar a tua arte.
Às vezes quero tudo diferente,
Quero mudar o mundo, (e sei que você me entende).
Não há lugar no coração da gente pra tanta dor.
Pra tanta dor.
Vejo as nuvens bailando no ar, suas formas
Mágicas, e me bate uma tristeza, meu amigo,
Que sei lá, a vida às vezes me pede
Para questionar,
Quando será a nossa próxima partida de xadrez?
Você acharia engraçado eu perguntar se há
Meninas
No céu?
Talvez algo menos malicioso,
Há lambretas no céu, Alexandre?
Deixa pra lá, a última partida você venceu.
Preciso de uma revanche.
Por enquanto, vou ficando por aqui.
A uma nuvem meio “braba” sobre mim.
E a chuva já vem caindo,
É a chuva caindo,
a chuva caindo,
a chuva caindo...