SAUDADE DO CADERNO.

Não sei para onde foi meu caderno.

Mas me lembro de ser bem moderno.

Escondia-o em minha tira-cola

E o folheava no recreio enquanto outros jogavam bola.

Não sei que fim levou meu caderno.

Não importa porque os versos

que escrevi neles são eternos.

Versos de amor e segredo.

Por isso tinha medo

De alguém ler a Poesia que fiz para Juliana

E cair nos ouvidos de Seu Pedro.

Não sei qual o paradeiro de meu caderno.

Ele riria ao ver que troquei os suspensórios pelo terno.

Meu fiel e primeiro amiguinho,

Refugo do Poeta verdinho.

O mundo de minha rudimentar fantasia.

Registro de minha primeira Poesia.

Não sei onde estará meu caderno.

Deve está em verão,

Por que estou em inverno.

Meu verso entristeceu,

E esperança desapareceu.

Ah, que saudade de meu caderno...