O ultimo dos românticos
Pedi de presente um postal
Pra um ancestral.
Da minha outra metade,
Mais ou menos igual.
Que mora em Portugal.
Ele provavelmente esta vindo,
Isso se meu amigo existir.
Penso cá comigo!
Como vai decorrer de navio ou de avião.
Se vier de navio fará o roteiro de Pedro
Se vier de avião o de Cristóvão
Mas se não vir!
Fico eu imersa suspensa,
Alienada entre um sim ou um talvez
E um provável não.
Mas meu pensamento
Estará de porto a aeroporto
Esperando o cartão postal.
Sem velas, apenas nas asas da imaginação.
Mesmo assim penso como seria o postal.
A foto de uma cidade,
De um monumento.
E se for de um porto, aportarei,
Sobre as asas da ilusão,
Sentirei a maresia,
Mirarei as ondas distantes a quebrar
Formando a branca espuma do mar.
Depois esperarei ela chegar às margens
Branca e preguiçosa.
Pensativa! Mal cheguei e tenho que voltar.
O postal não chegou nem sei se foi postado.
Talvez pedisse só pra imaginar o postal
Que não costumamos mais mandar
Porque agora tem internet e é bobagem
Enviar carta ou postais.
Mais teimo em imaginar
Será que ele é feito de nuvens e o vento o desfez!
Será que era de montanhas e encobriu meu olhar!
Será que era silêncio? E não ouvi chegando.
Postais! Não costumamos mais enviar.
E provavelmente o presente que pedi não ira chegar,
Porque estão todos na internet é só procurar.
Que saudades dos bilhetes nas garrafas atiradas em alto mar,
Que saudades das cartas que ansiosa esperava chegar.
Que saudades do romantismo! Por onde andara?
O último dos românticos que estou a procurar.