QUEM DIRIA
Quem diria...
que de tão pouco se faria tanto
que d’alegria sobraria o pranto
que a desilusão cobriria o encanto?...
Quem diria...
que o dia, a noite e o outro dia
tão rápido se fundiria
e nunca mais, nunca mais passaria?...
Quem diria...
que o que era bom maltrataria
que o que não era sufocaria,
que o meio-termo venceria?...
Quem diria...
que haveria cura para o “bom demais”
que não seria loucura acreditar no tempo
que leva como o vento tudo que traz?...
Pois é, mas quem diria...
que ficaria tudo sem graça
não pelo tempo que passa,
não pelo que restou;
mas, pura e simplesmente,
por tudo aquilo que a gente
deixou passar... e não passou!