Foto do Perfil: Águas de Lindoia, em 2013.
(um pouco - um pouquinho só de mim...rsrsrs)
Tudo começa na infância, se confirma na adolescência e influencia a vida toda. Sítio, cavalo, natação, pescaria. Tudo na vida é prática e dedicação. Por isso eu era, quando adolescente, um bom pescador de lambari no rio Paraitinga.
Meu pai admirava minha habilidade e não entendia porque não fazia igual. Hoje estamos em igualdade de condições, porque já não tenho - como ele na época,
tempo para praticar. E o interese se volta, naturalmente, para outras coisas.
Sempre gostei de ler e por isso devorava compulsivamente todos os livros que via pela minha frente. Hoje continuo com o hábito - embora selecione, naturalmente, entre as várias opções disponíveis.
O diretor da escola primária, prof Adhemar Bolina, sabendo talvez do meu interesse pela poesia, intimou-me a fazer um hino a Salesópolis. Entreguei-lhe o que consegui fazer e nunca obtive resposta. Na verdade, “em terra de cego, quem tem um olho é rei” e só por isso meus colegas elogiavam minhas rimas. Porém, eu não sabia
sequer a diferença entre verso e estrofe na poesia. Desconhecia completamente a existência da métrica, nem sabia o que era parnasianismo, realismo, naturalismo ou humanismo. Fazia aquilo de forma simples e natural, em busca de preencher um espaço que se fazia presente e encontrava nela um canal de expressão.
Minha poesia é livre - sempre foi e pelo jeito sempre será! Não tem técnica, métrica, ou tendência didática - embora nunca estejamos totalmente livre de influências. Meu compromisso é com meu tempo e minha própria personalidade. De lá para cá, no entando, duas gerações se passaram. É natural, portanto, desenvolver estilo próprio através da auto-crítica.
Um desafio me acompanhou durante esse tempo quase que inconscientemente e me frustrava por não encontrar o “fio da meada”. Era com relação ao poema da cidade. De tempos em tempos eu tentava, mas não ficava satisfeito com o resultado. Mas, como disse Thomas Édson: – “1% de inspiração e 99% de transpiração fazem a diferença...”
E foi assim que um dia, depois de tantas tentativas infrutíferas, ano após ano, surgiu “São José do Paraitinga” - publicado no Recanto com a classificação de poesia. Ao terminar tive certeza de que aquele era o hino solicitado trinta e três anos atrás. A gente sabe quando a coisa acontece. Pois nada vem por acaso e reconhecemos quando ocorre.
Durante três decadas foram 99% de transpiraçao. Surgiu, de repente, o 1% de inspiração que faltava e ficou claro o objetivo atingido. Dispensa reconhecimento
público e o tempo dirá a que veio. O importante é sentir-se realizado, com consciência do dever cumprido. Quem pediu não viu, mas é mentor da idéia...
Nesse meio tempo os poemas se acumularam nas gavetas. Simultanemante, escrevia também minhas crônicas - que mais tarde evoluiram para artigos publicados em jornais da cidade, a partir de 1981 nos periódicos “O Nascente”, “O Salesópolis”, “O Município de Salesópolis” e agora, mais assiduamente, no jornal “A Notícia”.
Em 1981 contatei algumas editoras, sondando a possibilidade de publicar um livro de poesias. Conheci então o mundo real da literatura e desci das nuvens. Em 1987 participei de um concurso de poesias em nossa cidade, durante a programação da Festa do Divino, coordenado pelo maestro Sebastião de Mello Faria. Inscrevi três e elas se classificaram nas três premiações programadas: 1º, 2º e 3º lugar. Foi o primeiro reconhecimento público.
Dez anos depois um dos jurados daquele concurso, Lucas Candelária, me procurou e selecionou algumas para o seu livro “Irmãos de Sonhos”. Gostei muito do seu trabalho e a partir daí percebi que as coisas poderiam ser diferentes - que tudo era questão de elaboração e direcionamento. Organizei então o que tinha arquivado e me preparei para uma nova etapa naquilo que fazia.
Desenvolvi artigos jornalísticos de forma mais específica e aprendi com o JAM a otimizar as matérias. Participo desde então, naturalmente, da influência exercida sobre a cultura local - principalmente na área política - buscando interpretar as ações Executivas e Legislativas, de modo a traduzir e refletir o pensamento do cidadão, através do meu ponto de vista.
Em 1998 resolvi que já estava na hora de editar um livro. Comprei um computador adequado e comecei a levantar o alicerce. Já tinha em mente o título “Minha Pintura” e uma frase de Leonardo da Vinci (A pintura é uma poesia que vemos em vez de sentir e a poesia uma pintura que sentimos em vez de ver) para compor a capa.
Como ilustração imaginei, em função do título, a foto de uma pintura surrealista do Paulo Sexto - artista plástico de nossa cidade. Digitei o livro, mas achei-o longo - e a miscelânia dos assuntos não me agradou. Decidi, então, desmembrá-lo em:
- HOMENAGENS (nominais/generalizadas);
- REFLEXÃO;
- COISAS DO CORAÇÃO;
- COLETÂNEA - Autores Diversos (seleção de poesias de outros autores);
- LETRAS DE MÚSICAS E PARÓDIAS;
- FRAGMENTOS DA CRIAÇÃO (seleção de poesias de autoria própria - mesclando os assuntos dos livros anteriores) e, por fim,
- PONTO DE VISTA
(artigos jornalísticos – publicados e inéditos, poesias - de cunho político e de conscientização - e outros escritos).
No embalo da digitação, e euforia da novidade no campo da editoração, resolvi transformar em livro as participações de um concurso de poesias direcionado aos alunos do Ensino Fundamental e Médio. Surgiu então MOMENTO CULTURAL I “Talento Jovem”. Em seguida, ressuscitei as participações do concurso de 1987 (citado anteriormente) com o título “A POESIA DA FESTA DO DIVINO”.
Pretendo, daqui para frente, localizar aqueles que escrevem para transformar seus escritos em livros. O Lucas plantou uma semente e mostrou, com isso, o caminho das pedras. É uma seara que promete, porque não faltam semeadores e o solo é fértil. Precisa apenas de incentivo e organização. Nada perde, quem cria... Já tenho alguns autores em mira - estão arredios, e é natural, mas o tempo é um bom conselheiro e se depender de mim suas obras não ficarão engavetadas!
O primeiro a ouvir e acatar minha sugestão foi o professor de história Alexandre Benedito Figueiredo, que convocou seus alunos do ensino médio a desenvolver versos para nota em sala de aula e obteve como resultado a editoração de um livro em parceria com seus alunos tendo como tema assuntos relacionados à sua disciplina escolar. Foi um trabalho rápido com efeito imediato.
Fez, com isso, algo diferente na sua área de atuação; seus alunos descobriram vocações que sequer sabiam existir e um caminho novo foi desbravado - sua
edição foi encaminhada à Secretaria de Educação; quem sabe faz escola dentro da própria escola! Ele leciona em Suzano/SP.
Tudo isso para dizer que "PONTO DE VISTA" não apareceu do nada, nem surgiu de repente. É resultado de um aprendizado que pretende evoluir para algo maior - e mais produtivo! Representa, no mínimo, uma experiência única de vida – direcionada através do ensinamento paterno para o íntegro e justo.
Motivo fundamental para justificar a diferença entre o que penso das ações, reações e comportamento dos políticos locais e o que eles próprios pensam de mim. Apesar de ninguém neste mundo ser dono da verdade e sabermos que nosso comportamento é produto de uma cultura, nada justificaria castrar nossa própria
consciência.
Assim sendo, todos tentamos realizar sonhos e projetos. Mas sonhar é relativamente complicado. A maioria se perde neles e armazena apenas um celeiro de ilusões.
Para realizá-los temos que simplificá-los, vendo-os com riqueza de detalhes e nitidez. É preferível ter um grande sonho de forma bem definida do que muitos sonhos pequenos de forma vaga. Porque, como diz Paulo Coelho, quando definimos com clareza o que desejamos, o universo conspira a nosso favor!
Infância, adolescência, maturidade.
Família, política, religião.
Indivíduo, comunidade, sociedade.
Conceito, filosofia, tradição.
Pergunta, resposta, aprendizado.
Caro, barato, relativo.
Certo, errado, cultura.
Sonho, realidade, ilusão.
Nascimento, morte, vida.
Sincretismo, pluralismo, generalismo. Caráter, personalidade, comportamento. Mistério, magia, sedução.
Começo, meio, fim.
Concreto, abstrato, poesia.
Vivência, lembrança, experiência. Sentimento, emoção, confusão.
Sinceridade, hipocrisia, naturalidade. Crença, fé, poder.
Poder, responsabilidade, conquista.
Feio, bonito, visão.
Visão, interpretação, ponto de vista...
Assim é a vida, com todos os seus extremos e paradoxos, de bom e ruim, de sério e chato, de lírico e envolvente. Que o amor maior que nos mantém a todos unidos transforme-se, um dia, em outra coisa etérea no Universo “posto que é chama; mas que seja eterno enquanto dure!”. O poeta maior se foi, mas viveu seriamente como um eterno menino.
Exerceu plenamente seu direito de opção por um estilo de vida diferenciado. E nos deixou, como outros, apenas um exemplo do que a vida pode nos proporcionar. Ou
negar! A realidade é um fato que ninguém consegue contestar. Mas os momentos vividos são sagrados – ninguém poderá nos tirar. E os sonhos são nossos, pois, ao ser humano é permitido sonhar! E ao Universo... conspirar!
Um dia uma professora, que foi colega de escola, perguntou em que eu havia me destacado – citando alguns exemplos, inclusive um prefeito, ao lembrarmos das
pessoas que estavam na foto da nossa formatura. - “Em nada!” lhe respondi. “E a resposta está na sua própria pergunta.”
Nossa vida pode passar em branco ou não – depende do que fazemos em comunidade. O que direcionamos a nós, nos mantém vivos; o que produzimos para a humanidade, nos imortaliza. Mas é importante também, como disse Monteiro
Lobato, “não fazer certo a coisa errada...”
Isso é um pouco de mim...
Estive no Rio Grande do Norte, onde participei (até 31/03/2008) da construção da maior Usina de Cogeração (energia e vapor) da América Latina. Uma das minhas atribuições, nesta obra, foi editar o jornal Termonotícias - ver original de todas as edições no E-livros.
Depois fui para Angola/África - participando da reconstrução da estrada nacional Lubango-Benguela, na região sul. O país todo é um verdadeiro canteiro de obras
e foi interessante participar da recuperação de tudo que a guerra destruiu nos quase trinta anos de disputa interna pelo poder, após a expulsão dos portugueses em 1976. Hoje o país está aberto aos estrangeiros (inclusive portugueses) e já houve até uma eleição bem sucedida (em 05/09/2008) para o Legislativo.
Em 1992, quando realizaram a primeira eleição, o resultado não foi aceito pelo principal partido de oposição e a guerra continuou. Em 2002 mataram o líder da
Oposição e o governo começou uma campanha de recolhimento das armas de fogo em poder dos civis (ela continua até hoje). No ano passado houve eleição para a Presidência da República e deve ter sido tão tranquila quanto a de 2009 (para o Legislativo) que acompanhamos pela TV, isolados num hotel em Lubango, por questão de segurança.
O povo angolano só teve prejuízo com a guerra e uma geração inteira está vivendo apenas agora a experiência da paz e os benefícios que ela traz. Gostaria de ter ficado mais tempo lá (foi apenas um ano e meio) para acompanhar de perto o processo de evolução na democratização do país e registrar o desenvolvimento que
pude perceber enquanto lá estive. Tenho algumas histórias para contar e diferenças culturais registradas. Não sei se o material é suficiente para publicação de um livro,
somente depois de organizá-lo saberei... Quem quiser ver algumas fotos, pode conferir no orkut.
Depois disso estive na Amazônia brasileira, participando da construção da Hidrelétrica Jirau, no Rio Madeira, onde conheci outra realidade dessa nossa cultura tão rica e diversificada.
De sul a norte, de leste a oeste, dentro e fora do país, de volta às origens... Agora uma pausa para estudos e depois começa tudo novamente. Parar? Só Deus sabe quando... Não sem antes fazer um longo cruzeiro...
Voltei recentemente da Amazônia e darei um tempo em São Paulo até encontrar meu rumo novamente.
Livro (HUMOR) publicado:
"Tem dia que de noite é assim mesmo" (esgotado)
Blog: http://sales-polis.blogspot.com/
Facebook: Lourenço Oliveira