Os atos
De tempos em tempos o mundo gira me levando junto,
Com sua força inigualável!
Não que esteja à mercê do universo,
Mas sim, é, basicamente.
De tempos em tempos tudo gira,
Tudo volta, tudo acontece novo.
E tudo vê do espaço,
Em sua bolha flutuante do espaço,
Que você já não é o mesmo de tempos atrás...
Mas é e.x.a.t.a.m.e.n.t.e. o mesmo.
Como esse texto.
Repetitivo.
Que repete inúmeros textos antes escritos,
Só pelo meu bel prazer...
Jogar estas palavras fora, novamente!
Como se fosse uma lixeira...
O que chamam de arte,
A minha é uma lixeira.
Um vômito.
Um nojo de escrita.
Repugnante.
NÃO ESTOU DISPOSTA A MUDAR MEUS HÁBITOS ESCRIVINHOLÍSTICOS.
Nem meu tom de diálogo...
Nem minha preocupação excessiva comigo...
Nem o meu descaso com os leitores...
Gostem ou não, faço isso porque quero...
Não porque pedem. SE pedem!
Gostar ou não, já não é problema meu...
Não me alimento das leituras que fazem!
Ora essa, que ousadia!
Mas do mundo, e ele de mim.
Vem de mim! E dele!
Inteiramente meu!
Pernas pra explorar...
Corpo... Corpo inteiro...
Meus olhos devoram o que vêem,
Minhas mãos trituram o que tocam,
Eu toda sou destrutiva e destrutível
Com uma delicadeza tão bruta,
Uma suavidade tão clara e branda...
Só vendo para entender completamente.
Os farelos...
Atravessam por entre os dedos
Arrepiam o início das costas,
Fim do pescoço!
Os olhos inundam-se...
Cada estímulo visual,
Agem com as palavras,
Deliciam-se eles a cada palavra que ouvem e vêem...
E!
Estas já juntas,
Sentir o gosto da saudade:
Saborear seu amargo;
Sentir o gosto da amargura:
Ver o asco no pelo ouriçado.
Eu tenho saudade de um tempo.
Tenho saudade e tenho tempo.
O tempo gera ansiedade.
A ansiedade gera nervosismo.
E gera farelo, amargo e arrepio!
Inundação...
Eu tenho tempos em tempos
De tempos em tempos.
E o mundo me gira,
E de tempos em tempos
Me leva...
Me carrega...
Uma onda gigantesca!
Um mar inteiro de ressaca.
Uma inundação...
Um gancho de ferro entrando pelo umbigo...
Uma pesca!
As ondas me enrolam, as bolhas...
Ah... que saudade do tempo...