Palafita (Dueto)

Estaco esperanças em mar raso.

Previno-me do movimento das marés

embriagado da brisa que me traz você.

O sol mergulha no horizonte,

lembranças tingem o firmamento,

o mar sussura seu nome repetidamente...

A Via – Láctea estende o seu lençol

ornamentado de tanto brilho

no infinito leito celestial.

A lua convoca os amantes...

...Não lhe reconheço a máscara.

A poetisa Esperança embevece-nos com os seus elogiosos e belos versos, que revelam a sua imensa generosidade e que agradecemos de coração:

Estaca as esperanças em mar alto

Por maior que sejam as mudanças das marés!

A vida nunca te será um sobressalto

pois ninguém é o Poeta que tu és!...

- Embriaga-te na brisa de quem cantas,

Pois, por certo, esta brisa te pertence!

Se o sol mergulha, aproveita a noite! Danças

com tua amada, nos ritmos mais frementes!...

- Tuas lembranças... Não deixam que as tinjam!...

O mar sussura tembém teu nome à ela,

Por mais indiferença que a ti finjam...

- No lençol da Via-Láctea faz amor

Como só tu podes, amor, fazer com ela!

Tira-lhe a máscara! Desvenda-a sem pudor!

E verás que as lembranças de alto mar

Estão ali! E que ela é aquela

Por quem buscaste em tua ânsia de Amar!..

Tira-lhe a máscara! E verás que é toda tua,

a mulher, que se esconde, atrás daquela

máscara!... E a terás à luz da Lua...

Di Amaral
Enviado por Di Amaral em 09/02/2009
Reeditado em 25/05/2009
Código do texto: T1430818
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