Os loucos também amam
Os loucos não mentem.
Sentem com tudo que podem.
Vivem com intensidade
cada milésimo de seus segundos.
A sobriedade para eles, é inquietude...
Abraçados à solitude,
que beija os pés vãos,
de uma repentina caminhada, sãos.
Os loucos não vagam...
eles vivem plenamente.
Reagem aos estímulos de suas emoções,
com verdade absoluta.
Não agridem aos outros...
morrem pela coragem.
Vivem pelo medo de não gritar verdades,
marcadas nos poros do aflito ser.
Loucos se apaixonam com tudo que tem.
Romantizam, abrigam, brigam, desatinam...
Se apaixonam por suas próprias ideologias.
Exibem verdades em suas vitrines vivas.
Se apegam ao que não é óbvio.
E lutam até o último minuto,
pelo que acreditam.
Entontecem diante à mentira.
Quisera eu,
ser uma louca,
viajante nesse mundo
banhado em hipocrisia...
Eu mergulharia dentro de minha loucura
até afogar meus pensamentos
à minha doce esperança
em moldar a humanidade.
Povoaria essa redoma chamada existência
com fios dourados de esperança.
A louca esperança de alcançar paz no amanhã
nem que fosse por um minuto de sobriedade.