O mergulho.

A calmaria do local amplo e sem reserva.

A grandiosidade daquele conjunto de gotas de água aquecidas... e com conserva.

A expectativa do primeiro corpo para doar seu calor em troca de companhia naquela noite fria...

O observar pela janela de quem seria o ser corajoso que a enfrentaria.

O admirar das gotas de chuva que podiam molhar a tudo e a todos sem espera.

A sede de provar que ela não era apenas uma piscina... mas também uma aquecedora de atmosfera.

Não imaginava que durante todo aquele tempo em um apartamento alto e cheio de flores...

Uma mulher tomava coragem para organizar suas emoções e compartilhar dos seus temores.

Ela chegou transbordando um pedido mudo de urgência e timidez.

Descalçou-se e experimentou a temperatura da água com a ponta de seu dedo...

Mais de uma vez.

Ao ter certeza que aquele quentinho era o seu momento do agora...

Mergulhou desajeitadamente e com os olhos cerrados empurrou o passado e o futuro para fora.

De repente o turbilhão de sentires e pensares se silenciaram mutualmente.

Dando um momento de paz para aquela aflita e cansada mente.

O que se ouvia era o ritmo de um coração a desacelerar...

Que no encontro com as correntes de água morna se apressou a com o motor das mesmas combinar.

Emergiu na superfície de uma linha contínua de gotas de água ouriçadas pela visitante.

E percebeu que seus inspiros e expiros agora não eram mais tão discordantes.

Abriu os olhos e percebeu que não estava mais sem companhia...

Havia de fato um velhinho nadante, mas não era a isso que se referia.

A mulher apreciava o reencontro harmonioso com o seu eu interior...

Que após o banho de água pura e receptiva com nova infantaria se apresentou.

Apreciou uns minutos do vazio que agora a preenchia...

E notou que solidão era diferente da solitude que a pertencia.

Angela MT Melo
Enviado por Angela MT Melo em 28/01/2020
Reeditado em 29/01/2020
Código do texto: T6852700
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