A paz

Retarde a madrugada, escorra lentamente

o sol que acontece na ponta dos dedos,

desenhe com carinho novo outros enredos

e uma indelével coração e mente;

se houve chuva ácida agora não importa,

há teto e há carinho a tua espera,

domaste em ti mesmo enfim a besta-fera,

e o que ficou pra trás fez-se lembrança morta;

amor se nega à treva, descansa no escuro

onde não há quimera mais sobre quimera,

e não se trata aqui de rejeição ao impuro,

enquanto o sol se deita e derrete a cera

o óleo obtido unta o céu escuro,

somente para ungir a paz que há na espera.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 28/02/2017
Código do texto: T5925983
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