NORTE E SUL

É na morte que tudo se iguala

Quando o sonho desagua numa cova

O homem feio não vê a lua nova

E a moça bonita enfim se cala

Quando toda arrogância vai pra vala

A gente se dá que é tudo igual

Que a riqueza pra morte é surreal

Pois me diga onde está a diferença?

Oh, meu povo, acabe a desavença

Desenvolva o carinho fraternal

Sou do Norte, da terra dos folguedos

Sou do Sul, uma terra farta e boa

O parnaso orgasma na garoa

E as praias nos servem de brinquedos

Pra viver eu já deletei meus medos

Nesses cantos do leve cirandar

É garoa, é praia, é serra, é mar...

A riqueza está mesmo é na vida

Vai chegando o voo da despedida

Mas se há vida, meu povo, vem amar

Vem deitar sobre a relva do caminho

Resvalar no macio da alfombra

O orgulho que fere e que assombra

Foi trocado por paz e por carinho

E quem ama não ficará sozinho

No descanso que vem depois da lida

A cultura do amor é a acolhida

Essa briga entre irmãos não leva a nada

Nos juntemos na dura caminhada

E amemos enquanto aqui há vida