EIS QUANDO A POESIA SURGE

A poesia surge, assim os pensamentos:

bem delineados, confortáveis,

apelando aos sentidos, para que as

palavras sejam, num todo, uma invocação

à sua leitura. E sereno narro as minhas

incursões, através dos versos,

que comandam meu ser concreto

ou ilusório, a dirigir-se aos possíveis leitores.

E de uma letra rara, nasce uma asa no céu,

cortando o gume das nuvens,

num desenho que se fizesse aprazível,

a quem de uma nuvem, faz um mundo.

E jardins de enlevo; e centos de mariposas:

voando em linhas paralelas,

ou circulares, quando de revés surge a noite,

e as luzes dos candeeiros, tornam-se atraentes.

Tal e qual a lua, formando uma bola no ar,

como se jogada pelas mãos de

uma criança, de distraída e inofensiva infância,

que aguarda o principio da relatividade.

E a poesia não pára e da noite se vestiu o dia,

com suas árvores orvalhadas,

e olhos limpos, que, ao longe, as comungam,

como se num ritual celta, venerando o sol.

E assim como assim, nardos e malmequeres,

vão-se abrindo ao astro-rei,

pétala a pétala, num frenesim de mil cores

e de doces fragrâncias, expelindo seus cheiros.

E há um rio, nas ampolas de meus dedos,

que vai de verso em verso,

até ao poema final: que nas águas acetinadas,

achou seu poiso certo, o seu ancoradouro.

Jorge Humberto

05/10/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 05/10/2011
Código do texto: T3259236
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