eu e a pedra
"Às vezes ponho-me a olhar para uma pedra.
Não me ponho a pensar se ela sente.
Não meu perco a chamar-lhe minha irmã.
Mas gosto dela por ela ser uma pedra,
Gosto dela porque ela não sente nada.
Gosto dela porque ela não tem parentesco nenhum comigo.
Outras vezes oiço passar o vento,
E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido."
Alberto Caeiro.
obs.: esse é um trecho dos Poemas Inconjuntos de Fernando Pessoa. Aprecio todo ele, infelizmente ainda não o compreendo em absoluto... mas como diria Lulu, "eu acho tão bonito isso. De ser abstrato, baby. A beleza é mesmo tão fulgaz..."